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Quero conhecer maisUma ferramenta inédita no país, elaborada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, permitirá a qualquer pessoa consultar dados sobre Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) concretizados no Brasil e no mundo. A plataforma InvestVis, que entra no ar nesta quarta-feira (16), oferece de maneira ágil e intuitiva informações sobre fluxos e estoques desse investimento de longo prazo desde o início das séries históricas.
A plataforma consolida dados de fontes primárias diversas, como da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad), do International Trade Centre (ITC) e do Banco Central do Brasil (BCB). Sua atualização depende, portanto, das atualizações dessas bases originárias.
A interface de visualização permite que os interessados explorem informações complexas de maneira simples, com a possibilidade de customização por parte do usuário em termos dos filtros possíveis, como período de análise, países de interesse e investimentos por unidade da federação e até por cidades.
A plataforma também permite levantar os fluxos — ou seja, a situação atual dos investimentos — e os estoques, que correspondem aos valores acumulados em determinado período.
“O InvestVis será muito útil tanto para direcionar ações do Poder Público quanto da iniciativa privada para que sigamos ampliando os investimentos no Brasil”, afirma o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.
Segundo Marcela Carvalho, secretária executiva da Camex (Câmara de Comércio Exterior), órgão responsável pela construção da plataforma, não há nada parecido de que se tenha conhecimento e que esteja disponível para o público em geral.
“Embora os dados de Investimento Estrangeiro Direto sejam públicos, a utilização desses dados não é trivial para a maioria dos usuários. Com a consolidação dos dados em um único lugar, e a simplificação do acesso e visualização, espera-se que essas informações sejam muito mais disseminadas, permitindo seu uso para aprimorar políticas públicas e decisões do setor privado”, ressalta a secretária.
INSIGHTS BRASIL
A navegação na plataforma e os cruzamentos disponíveis permitem a identificação de informações que dificilmente seriam possíveis apenas com as tabelas originais dos dados.
O Brasil está entre os top 5 países que mais receberam investimentos estrangeiros diretos em 2023. O setor de serviços foi o maior receptor (67,1% do total). Já a indústria foi responsável por 18,2% dos recursos externos recebidos — principalmente na rubrica “máquinas, aparelhos e materiais elétricos”.
De acordo com o Banco Central, o país que mais investiu no Brasil, no ano passado, foram os EUA, com 25,8% do volume de entrada. Em seguida, aparecem Países Baixos (13,3%) e Reino Unido (11,1%) — cabe esclarecer que alguns países, como China, não aparecem entre os principais investidores porque seus investimentos se dão por meio de terceiros países. Daí a posição dos Países Baixos no ranking.
Países investidores — De acordo com dados da Unctad, o Brasil foi o 14º país que mais realizou investimentos no exterior em 2023, com um montante de US$ 29,9 bilhões. Esse é o 2º maior valor da série histórica, que começou em 1990, atrás apenas de 2022, em que o país investiu US$ 32,1 bilhões no exterior.
Como comparação, duas décadas antes, em 2002, o Brasil ocupava a 27ª colocação no ranking mundial de saída de IED e, em 1990 (primeiro ano da série histórica), era o 23º maior investidor mundial.
De acordo com o Banco Central, em 2023, os países em que o Brasil mais investiu foram os EUA, com 20,2% do volume de saída, seguido de Reino Unido (17,6%) e Luxemburgo (15,5%).
Empresas — De acordo com dados fornecidos pelo Investment Map do International Trade Centre (ITC), o estado de São Paulo concentra 49,8% das filiais de empresas estrangeiras no Brasil, com 5.965 filiais no estado. Rio de Janeiro e Minas Gerais aparecem na sequência com 9,8% (1.169 filiais) e 7,0% (840 filiais), respectivamente.
Em termos regionais, de acordo com o Investment Map, o Sudeste concentra o maior volume de filiais de empresas estrangeiras no Brasil, com 68,2% do total. Em seguida aparecem as regiões Sul, com 14,7%; Nordeste, com 8,7%; Centro-Oeste, com 5,5%; e Norte, com 3,0%.
INSIGHTS MUNDO
Os Estados Unidos são o maior investidor e também maior receptor de fluxos de investimentos estrangeiros diretos. O país só deixou de ser a principal origem do IED mundial em 2005, 2018 e 2019. Em relação ao recebimento de investimentos, os EUA só perderam a primeira posição em 3 anos (2003, 2005 e 2020).
Já a China aumentou em quase 8 vezes o investimento recebido apenas entre 1990 e 1993, saindo da 12ª colocação para a 2ª posição no ranking mundial. Atualmente, a China está na 2ª posição de receptores de IED no mundo, tendo chegado a ser o primeiro destino em 2020.
Do ponto de vista de saída de IED, ao se observar toda a série histórica da Unctad (1990 a 2023), o Brasil foi o 35º país que mais investiu no mundo. Os 5 principais investidores no período foram: EUA, Japão, Alemanha, Reino Unido e China.
Em 2023, o Brasil ficou na 14ª posição no ranking de saída de IED. O top 5 foi formado por EUA, Japão, China, Suíça e Hong Kong.
MUDANÇA NA DINÂMICA DE INVESTIMENTOS
A plataforma ainda permite identificar, por exemplo, que, ao longo das últimas décadas, houve uma mudança na dinâmica dos investimentos mundiais, tanto em relação ao perfil de países de destino quanto de origem.
O destino do IED se alterou de economias desenvolvidas para economias em desenvolvimento nos últimos 30 anos. Ao mesmo tempo, a participação de economias desenvolvidas na realização dos investimentos se reduziu, enquanto cresceu a de economias em desenvolvimento.
As economias desenvolvidas, que chegaram a ser responsáveis por 83,6% de todos os investimentos recebidos em 1990, viram esse percentual cair para 34,8% em 2023. Em contrapartida, as economias em desenvolvimento, que receberam 16,4% dos IED em 1990, passaram a representar 65,2% do fluxo de entrada de IED em 2022.
Já em relação aos investimentos feitos, as economias desenvolvidas foram responsáveis por 95,1% deles em 1990, índice que caiu para 68,3% em 2023. As economias em desenvolvimento, por sua vez, saíram de uma participação de 4,9% em termos de investimentos estrangeiros realizados em 1990, para 31,7% em 2023.
Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Retirado do Meu Site Contábil)
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